quarta-feira, 10 de junho de 2015

Escultura Espanhola

As ideias e formas escultóricas do Renascimento italiano penetraram na Espanha com os artistas florentinos que foram a trabalhar à corte espanhola durante o século XV, e continuaram estendendo-se com a obra de artistas de várias nacionalidades e de alguns espanhóis que aprenderam na Itália desde os últimos anos de aquel século. Contudo, o novo estilo não conseguiu implantar-se com firmeza até o advento do reiCarlos I da Espanha ao trono, em princípios do século XVI.38
Em 1339 chegou à Catalunha a arte dos pisanos com o sepulcro de Santa Eulália na catedral de Barcelona, lavrado por Lupo di Francesco, além de outras influências acima descritas. Quase um século depois lavraram-se no coro da catedral de Valência alguns relevos pelo florentino Giuliano, discípulo de Ghiberti, com outros de mão espanhola. No entanto, estas tentativas ficaram isoladas até a chegada de outros mestres da escola florentina no final do século XV e princípios do seguinte.
Sarcófago do príncipe Juan do escultor Domenico Fancelli.
A escultura renascentista tornou-se presente através de três vias diferentes: escultores italianos trazidos pelos mecenas e que realizaram as suas obras na Espanha; obras importadas, procedentes dos oficinas italianos; primeira geração de artistas espanhóis. No primeiro grupo encontram-se os escultores Domenico Fancelli, Pietro Torrigiano eJacopo Florentino, também chamado o Indaco.39
Entre as obras encarregadas a Itália servem de exemplo o São João da oficina de Michelangelo para a cidade de Úbeda e alguns relevos da oficina da família Della Robbia.
Quanto aos artistas escultores espanhóis, a primeira geração esteve composta por Vasco da Zarça (coro da catedral de Ávila), Felipe Vigarny (retábulo maior da catedral de Toledo), Damián Forment (retábulo do Mosteiro de Poblet), Bartolomé Ordóñez (cadeiral da catedral de Barcelona) e Diego de Siloé (sepulcro de D. Alonso Fonseca em Santa Úrsula de Salamanca).40
Entrado já o segundo terço do século XVI e seguindo até 1577, sobressaíram Alonso Berruguete e Juan de Juni; este último de origem francesa e com oficina em Valladolid, autor dos retábulos maiores nas igrejas de Santiago e da Antiga, bem como de muitas outras obras que se encontram em SegóviaCidade Rodrigo e outras povoações de Castela. Surgiram também outros grandes mestres do Renascimento espanhol que, seguindo as normas italianas, souberam dar às suas obras um caráter espanhol, criando escola nas diferentes regiões.
O terço final chegou com o gosto classicista. Trabalharam na corte do imperador Carlos os dois escultores italianos Leoni (Leone e Pompeu, pai e filho) com a fundição embronze das estátuas de Carlos I, de Filipe II e de outras pessoas da Família Real.

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