quarta-feira, 10 de junho de 2015

Escultura Inglesa

Escultura inglesa

Monumento funerário de Shakespeareem Holy Trinity Church, de Stratford, por Gerard Johnson.
A escultura inglesa do século XVI deriva da italiana, sendo deste último país os mais notáveis artistas que trabalharam na Inglaterra. Os monarcas, para animar a vida artística, exerceram uma função muito importante à hora de desenvolver este movimento artístico. Entre os primeiros e principais escultores italianos figurou Pietro Torrigiano, ao que se deve o sepulcro de Henrique VII e Isabel de York. Está realizado em mármore e bronze dourado, com as figuras jacentes dos monarcas e em cada canto do sepulcro uns anjos que sustêm os escudos de armas; encontra-se numa capela da abadia de Westminster em Londres. Em 1511 esculpiu o sepulcro deMargarida Beaufort, mãe de Henrique VII. De 1516 data o sepulcro do arquivistareal, John Young, que também representou num busto conservado na National Portrait Gallery de Londres.
Também lhe foi encomendada por Henrique VIII a sua própria sepultura e a da sua esposa Catarina de Aragão em 1518. Apesar da viagem do escultor à Itália para contratar ajudantes, desconhecem-se os motivos pelos quais não chegou a realizar a obra e abandonou a corte inglesa para se instalar na Espanha em 1525. Este sepulcro foi realizado finalmente entre 1524 e 1528 pelo escultor italiano Benedetto da Rovezzano.
Com a implantação da reforma protestante suprimiu-se na Inglaterra a escultura religiosa, bem como o contato com todo o que pudesse vir da Itália, ao ser identificado como uma via de influência papal. Apenas nos soberbos panteões e em estátuas comemorativas de personagens teve desde então alguma vida a arte plástica, como o realizado pelo inglês Richard Parker para o túmulo do conde de Rutland (1543) em Bottesford.47
A influência italiana foi substituída pela francesa e pela vida de artistas flamengos, entre eles Gerard Johnson (chamado também Garret Jansen), que realizou o sepulcro do conde de Southampton em Titchfield e o monumento funerário em honra de William Shakespeare em Stratford.48

Escultura Espanhola

As ideias e formas escultóricas do Renascimento italiano penetraram na Espanha com os artistas florentinos que foram a trabalhar à corte espanhola durante o século XV, e continuaram estendendo-se com a obra de artistas de várias nacionalidades e de alguns espanhóis que aprenderam na Itália desde os últimos anos de aquel século. Contudo, o novo estilo não conseguiu implantar-se com firmeza até o advento do reiCarlos I da Espanha ao trono, em princípios do século XVI.38
Em 1339 chegou à Catalunha a arte dos pisanos com o sepulcro de Santa Eulália na catedral de Barcelona, lavrado por Lupo di Francesco, além de outras influências acima descritas. Quase um século depois lavraram-se no coro da catedral de Valência alguns relevos pelo florentino Giuliano, discípulo de Ghiberti, com outros de mão espanhola. No entanto, estas tentativas ficaram isoladas até a chegada de outros mestres da escola florentina no final do século XV e princípios do seguinte.
Sarcófago do príncipe Juan do escultor Domenico Fancelli.
A escultura renascentista tornou-se presente através de três vias diferentes: escultores italianos trazidos pelos mecenas e que realizaram as suas obras na Espanha; obras importadas, procedentes dos oficinas italianos; primeira geração de artistas espanhóis. No primeiro grupo encontram-se os escultores Domenico Fancelli, Pietro Torrigiano eJacopo Florentino, também chamado o Indaco.39
Entre as obras encarregadas a Itália servem de exemplo o São João da oficina de Michelangelo para a cidade de Úbeda e alguns relevos da oficina da família Della Robbia.
Quanto aos artistas escultores espanhóis, a primeira geração esteve composta por Vasco da Zarça (coro da catedral de Ávila), Felipe Vigarny (retábulo maior da catedral de Toledo), Damián Forment (retábulo do Mosteiro de Poblet), Bartolomé Ordóñez (cadeiral da catedral de Barcelona) e Diego de Siloé (sepulcro de D. Alonso Fonseca em Santa Úrsula de Salamanca).40
Entrado já o segundo terço do século XVI e seguindo até 1577, sobressaíram Alonso Berruguete e Juan de Juni; este último de origem francesa e com oficina em Valladolid, autor dos retábulos maiores nas igrejas de Santiago e da Antiga, bem como de muitas outras obras que se encontram em SegóviaCidade Rodrigo e outras povoações de Castela. Surgiram também outros grandes mestres do Renascimento espanhol que, seguindo as normas italianas, souberam dar às suas obras um caráter espanhol, criando escola nas diferentes regiões.
O terço final chegou com o gosto classicista. Trabalharam na corte do imperador Carlos os dois escultores italianos Leoni (Leone e Pompeu, pai e filho) com a fundição embronze das estátuas de Carlos I, de Filipe II e de outras pessoas da Família Real.

Escultura Italiana

Enquanto no resto da Europa imperava ainda a arte gótica, na Itália começa no século XV o Quattrocento. É o momento em que triunfa o homem e a natureza. A escultura vai pela frente da arquitetura e da pintura, desenvolvendo-se vertiginosamente. Os seus antecedentes decorreram ao sul da Itália, na corte de Frederico II, sob cuja proteção nasceu uma escola artística que trazia luzes do que seria o Renascimento do século XV. Foi a região da Toscana durante o anterior período trecentista que herdou esta nova maneira de fazer escultura na figura de Nicola Pisano, seguido pelo seu filho Giovanni Pisano, e depois Andrea Pisano (primeiras portas de bronze do Batistério de Florença) e Nino Pisano.

Púlpito do batistério de Pisa, de Nicola Pisano, precursor do Renascimento na Itália.
Nicola Pisano (assinava as suas obras com este apelativo), cujo nome era Nicola de Puglia, chegou desta região do sul da Itália para estabelecer-se em Pisa (Toscana). Em Pisa (como na maioria das regiões da Europa) mantinha-se ainda a arte românica e o gótico começava a empregar-se. Nicola Pisano recebeu o encomenda de lavrar o púlpito do batistério da catedral desta cidade. Fê-lo seguindo as novas correntes aprendidas na Apúlia, sobretudo pondo em relevo a forma clássica do Hércules nu. Esta obra, o púlpito, é considerada como precursora do Renascimento italiano.23
Após destes antecedentes, será a cidade de Florença - cidade próspera nestes momentos, com a poderosa família dos Medici, mecenas e promotores da arte-, que tome o protagonismo na figura do seu melhor representante: Lorenzo Ghiberti. A partir deste momento já não se detectará nenhum indício nem lastro medieval. A escultura florentina será durante século e meio a dominadora do retrato de busto, do equestre, do relevo e do bulto redondo. O material empregue por excelência neste período foi o mármore, seguido do bronze.
GhibertiDonatello e Jacopo della Quercia como os melhores, seguidos pelos de della RobbiaVerrocchioAntonio Pollaiuolo e Agostino di Duccio, formaram o grupo de grandes escultores da escola florentina do Quattrocento.

O Davi de Donatello.
Esta etapa do Quattrocento começou com a obra escultórica dos relevos das portas do Batistério de Florença realizados por Lorenzo Ghiberti, um escultor de vinte anos. O Batistério já tinha duas portas lavradas por Andrea Pisano em 1330, e em 1401 foi convocado um concurso para as outras dois remanescentes. O concurso foi gado por Ghiberti (em competição com Brunelleschi), terminando a primeira das duas portas em 1424; o seu trabalho foi admirado, e a cidade encomendou-lhe a segunda porta. Investiu cerca de vinte anos em lavrar cada uma; foi praticamente a obra da sua vida. Esta segunda porta feita por Ghiberti e quarta do batistério é a conhecida como Porta do Paraíso, batizada assim por Michelangelo e considerada um dos marcos do Quattrocento.
O segundo grande escultor deste período foi Donatello, dez anos mais novo que Ghiberti. Foi muito mais multiface na sua obra, focando-se sobretudo na figura humana. Donatello é tido na História da Arte como o precursor de Michelangelo e um artista independente, fogoso e realista. O seu maior interesse foi a figura humana nas diferentes idades, abrangendo todo tipo de tipos, gestos variados e expressando na sua obra os estados espirituais mais heterogêneos. Por outro lado, Donatello é considerado como um grande experto no tema infantil, sobretudo na expressão da alegria das crianças (tribunas das catedrais de Florença e Prato). Na escultura de bulto redondo, Donatello difundiu o retrato renascentista do busto cortado horizontalmente pelo peito e sem pedestal (como fora costume na escultura romana). Exemplos: Busto de Antônio de Narni que leva um grande camafeu no pescoço; busto em terracota de São Lourenço, representado como um diácono, na Sacristia Velha de San Lorenzo em Florença. Esta maneira de apresentar os bustos-retrato foi adotada pelos escultores do Renascimento e chegou quase até época barroca. No século XVI o busto foi-se alongando até ser cortado pela cintura. Também dentro da escultura de bulto redondo, Donatello foi o precursor da figura a cavalo (em bronze) em homenagem a um grande personagem e disposta no centro de uma praça pública. A primeira estátua equestre de Donatello foi a conhecida como Gattamelata (condottiero Erasmo da Narni).24 25 26

Fonte Gaia em Siena.
Jacopo della Quercia (morto em 1438) é o terceiro grande escultor desta escola florentina e o único do grupo que não é natural de Florença mas de Siena. Pertence à geração de Ghiberti. O seu estilo é grandiloquente e massivo, em contraste com o estilo detalhado de Ghiberti. A sua obra mestra foi a portada central de São Petrônio, em Bolonha, que começou em 1425. Trata-se de uma série de relevos representando a Gênesis e a infância de Jesus, com bustos de profetas e com a imagem da Virgem de São Petrônio. Nos seus relevos domina a monumentalidade e o tratamento de hercúleos nus, antecipando-se ao jeito de Michelangelo. Jacopo della Quercia é o autor da Fonte Gaia de Siena, dos túmulos de Ilaria del Carretto em Luca e de Galeazzo Bentivoglio em Bolonha.
O grupo da família da Robbia é encabeçado por Luca della Robbia (morto em 1482), que se dedicou ao tratamento da infância e da juventude da figura feminina. Luca criou escola, na que introduziu a técnica do barro vidriado, que foi aparecendo nos mais diversos temas, do pequeno relevo até o retábulo com copiosas figuras. Também trabalhou em mármore e em bronze. Andrea della Robbia, sobrinho de Luca, foi o melhor dotado dos seus seguidores.27 É o autor dos tondos (medalhões circulares) de crianças lavrados noSpedale degli Innocenti de Florença. O último do grupo foi Giovanni della Robbia, que era escultor -mas também decorador e ocasionalmente oleiro-.28

Lorenzo de Medici, por Verrocchio.
Andrea del Verrocchio (1435-1488) esteve muito influenciado pelas obras de Donatello até o ponto de repetir algum dos seus temas, como o Davi em Florença ou a estátua equestre do condottiero Colleone em Veneza (ambas de bronze). Verrocchio caracteriza-se pelo seu profundo estudo anatômico. Antonio Pollaiuolo foi também um bonrepresentante florentino da interpretação da energia corpórea e do movimento violento. A sua obra mestra neste estilo é Hércules e Anteio, guardada no Museu de BargelloAgostino di Duccio (1418-1481) foi também um seguidor de Donatello, imitando o seu famoso schiacciato,29 sobretudo na decoração da fachada do oratório de São Bernardino em Perugia e no templo Malatestiano de Rimini.
Outro grande escultor que trabalhou em Módena foi Guido Mazzoni (morto em 1518), cuja obra na sua maioria foi feita em barro cozido pintado, técnica que estava nestes momentos em grande auge. Uma das suas composições mais famosas foi o Pranto sobre Cristo morto para a igreja de São João de Môdena, que pela sua vez deveu influir na obra do mesmo título elaborada por Juan de Juni em 1463, por causa de uma viagem às cidades de BolonhaMódena e Florença.

Escultura Portuguesa

Nas postrimeiras do século XV, Andrea Sansovino foi trabalhar para o rei João II de Portugal; parece que se tinha a sensação de que os italianos, com o seu monopólio quase exclusivo da arte antiga, possuíam também o dom do qual era correto dentro da arte.49
Em torno da corte de João III criou-se um foco de humanismo segundo o modelo das cortes italianas. O Renascimento impôs-se nas cidades de CoimbraTomar e Évora com tanta força que nesta região do Alentejo custou a posterior implantação do Barroco. A escultura portuguesa manifestou-se assim mesmo italianista no seu primeiro Renascimento, sendo as suas principais obras três formosos relevos no claustro da igreja de Santa Cruz em Coimbra, lavrados por artistas portugueses:
  • Jesus Cristo diante Pilatos
  • Passagem da cruz nas costas
  • Missa de São Gregório
Procedente da França, o artista Nicolau de Chanterene realizou em 1515 os sepulcros reais para esta igreja de Coimbra. Em 1517 encarregou-lhe o pórtico central doMosteiro dos Jerónimos e as figuras orantes do rei Manuel e a rainha Maria; entre as muitas obras deste escultor encontra-se o retábulo em alabastro do Palácio Nacional da Pena para a cidade de Sintra. Chanterene praticou também a arte do retrato com bustos de grande realismo.50
Em Coimbra encontravam-se outros dois escultores também franceses: João de Ruão e Filipe Duarte ou Orarte, vindo este último de Toledo e que foi contratado para realizar o grupo de A Cena, que foi concluído em 1534 com um realismo extraordinário em atitudes agitadas e impetuosas. O grupo conserva-se atualmente no Museu da cidade de Coimbra. Ruão trabalhou num retábulo da capela do Sacramento da catedral desta cidade; também destaca o púlpito que fez para o mosteiro de Santa Cruz. Este artista chegou a montar uma oficina importante, na qual esculpiam um grande número de obras. Em meados deste século pôde se apreciada a influência espanhola em diversas obras do mosteiro de Belém, como num Crucificado de madeira cujo estilo é similar ao do círculo de Diego de Siloé.51

ESCULTURA RENASCENTISTA



https://www.youtube.com/watch?v=tmdxxj

Mais um video com imagens e nomes de esculturas renascentistas.....

quarta-feira, 27 de maio de 2015


Introdução 

Miguel Ângelo di Lodovico Buonarroti Simoni, nasceu na cidade de Capresse, Itália, no dia 6 de março de 1475. Porém, o artista passou parte de sua infância e adolescência na cidade de Florença.

Biografia e obras

Como grande parte dos pintores e escultores da época, Michelangelo começou a carreira artística sendo aprendiz de um grande mestre das artes. Seu mestre, que lhe ensinou as técnicas artísticas, foi Domenico Girlandaio. Após observar o talento do jovem aprendiz, Girlandaio encaminhou-o para a cidade de Florença, para aprender com Lorenzo de Médici. Na Escola de Lorenzo de Medici, Michelangelo permaneceu por 2 anos (1490 a 1492). Em Florença, recebeu influências artísticas de vários pintores, escultores e intelectuais da época, já que a cidade era um grande centro de produção cultural.

Foi morar em 1492 na cidade italiana de Bolonha, logo após a morte de Lorenzo. Ficou nesta cidade por 4 anos, já que em 1496 recebeu um convite do cardeal San Giorgio para morar em Roma. San Giorgio tinha ficado admirado com a escultura em mármore Cupido, que havia comprado do artista. Nesta época, criou duas importantes obras, com grande influência da cultura greco-romana: Pietá e Baco. Ao retornar para a cidade de Florença, em 1501, cria duas outras obras importantes: Davi (veja imagem acima) e a pintura a Sagrada Família.

No ano de 1503, o artista recebeu um novo convite vindo de Roma, de Júlio II. Foi convocado para fazer o túmulo papal, obra que nunca terminou, pois constantemente era interrompido por outros chamados e tarefas. Entre os anos de 1508 e 1512 pintou o teto da Capela Sistina no Vaticano, sendo por isso comissionado por Leão X (veja abaixo a definição de mecenas). Neste período também trabalhou na reconstrução do interior da Igreja de São Lourenço em Florença.

Entre os anos de 1534 e 1541, trabalhou na pintura O Último Julgamento, na janela do altar da capela Sistina. Em 1547 foi indicado como o arquiteto oficial da Basílica de São Pedro no Vaticano.

Morreu em 18 de fevereiro de 1564, aos 89 anos de idade na cidade de Roma. Até os dias de hoje é considerados um dos mais talentosos artistas plásticos de todos os tempos, junto com outros de sua época como, por exemplo, Leonardo da Vinci, Rafael Sanzio, Donatello e Giotto di Bondone.

* Mecenas = pessoas ricas e poderosas da época que investiam nas artes como forma de conseguir reconhecimento e status perante a sociedade. Geralmente eram príncipes, burgueses, bispos, condes e duques. Foram importantes para o desenvolvimento das artes plásticas e da literatura na época do Renascimento Cultural, pois injetaram capital nesta área. A burguesia, classe social em ascensão e que lucrava muito com seu trabalho voltado para o comércio, viu no mecenato uma forma de alcançar o status da nobreza.

Esculturas de Michelangelo Buonarroti